segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desapego


Até que ponto uma pessoa - qualquer pessoa - é tão importante na sua vida a ponto de você não se desapegar dela?

O que te faz questionar se vale a pena ter uma pessoa na sua vida ou não?
Vejamos: nos aproximamos de pessoas com quem temos alguns interesses em comum, compartilhamos algumas ideias, alguns objetivos, enfim, nos reconhecemos no outro, apreciamos sua companhia e ambos "se acrescentam".
Mas o que acontece quando você não sabe mais qual é o ponto de interseção com o outro, quando a única coisa que te prende ao outro é um sentimento (amor, amizade, carinho, admiração, respeito...) que está lá atrás e que na maior parte do tempo não justifica o empenho e energia gastos em um relacionamento?
Obviamente, a diferença também é prerrogativa necessária para que sejamos tolerantes, para que saibamos ter certeza e defender nossas opiniões, e também, porque, confessemos: a graça da vida está nas diferenças. 
"O que seria do azul se todos gostassem de amarelo?"

Mas a questão aqui não é essa. É sobre até que ponto precisamos ou queremos de verdade que alguém faça parte das nossas vidas. O que devemos fazer quando no fundo temos certeza de que aquela pessoa já não nos acrescenta nada - muitas vezes, só aborrecimento, ou que a gente já não tem aquela vontade de conviver com ela por simplesmente não ter o que conversar, ou a conversa é pontuada por tantas divergências que às vezes podem parecer pessoais.
É muito difícil cortar laços, por mais puídos que estejam. É muito difícil exercitar o desapego de coisas, que dirá de pessoas! Uma camiseta velha jogada fora não te encontra na rua, não sente nem questiona.
E as perguntas que devemos fazer é: o alívio de não ter mais certas obrigações existirá de fato? Vale a pena sair da nossa zona de conforto, assumir uma posição, manter-se firme à ela, e encarar as consequências?

A conferir...




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Acréscimo:
Fui dar uma olhada nos blogs que eu sigo - coisa que não fazia há algum tempo - e achei esse texto no Aluna de Arquivo muito conveniente:




"Mas entenda que o desapego, muitas vezes, é a melhor alternativa, inclusive para que a vida flua, em vez de tornar-se cada vez mais estéril ou frustrante. Deixar para trás nos liberta e nos abre portas inimagináveis para destinos que, antes, nos pareceriam impossíveis."

Um comentário:

  1. Concordo em gênero, número e grau, Ana! E acho que a tendência da sociedade pós-moderna é que as relações terminem cada vez mais rápido...há muito o que se rever nesse sentido!

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