segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Torcer para time de massa é como ler apenas best-seller*



Como pode os torcedores de um clube cujo time tem um jogador que ganha R$1.800.000,00 (Hum milhão e oitocentos mil reais) por mês, comemorar como se tivesse caído caminhão de cerveja na estrada como se fosse a conquista de um Mundial, a vitória sobre o Botafogo, na semifinal do primeiro turno da Taça Guanabara?

Sim, ao contrário do que o Bruno acha, tem explicação.

O Botafogo.

Sim, porque não foi o fato do seu time ter jogado muito, porque não jogou.
Nem foi porque o dentuço acabou com o jogo, porque não acabou.
Muito menos porque ganhou com uma goleada de 6x0.
Ou, ainda, porque ganhou alguma coisa.

Ganhar do Botafogo, como já dizia o maior amarelão de Copas do Mundo e ídolo do time do capeta, é questão de honra. Isso, para mim, já é a maior explicação de todas: incomodamos. E muito.
Senão não teria visto algumas cenas pós-jogo que vi ontem, no estacionamento do Engenhão. Prefiro não relembrá-las aqui, me dão nojo.

E sobre o jogo: se o nosso técnico Joel usasse umas sandalinhas da humildade e esquecesse essa historinha de "Lenda", escalaria o time corretamente, sem o Somália, i-no-pe-ran-te, e entraria com o Everton. Acho isso, mas ainda não me conformo de um ex-exu ser um dos batedores, assim como o mentiroso já citado. Dava, e mole, para ter ganho com a bola rolando.
Para os que acham que estou fazendo uma tempestade em um simples jogo, explico: continuo achando um simples jogo, mas Joel, ainda mais agora, vai querer massagear seu ego de Rei do Rio ganhando a Taça Rio. E a Copa do Brasil vai para o quinto dos infernos. De novo.

E, mudando o foco um pouquinho, um fato: cada vez que vou a um Botafogo x flamengo, reforço meu botafoguismo. Saio de lá mais alvinegra, com a certeza de ter feito a escolha certa. Como disse Mário Filho, "ser Botafogo é escolher um destino e dedicar-se a ele. Não se pode ser Botafogo como se é outro clube: você tem que ser de corpo e alma". 

A imagem que ilustra o texto é o quadro que eu mais amo do Van Gogh, Starry Night Over The Rhone (ou Noite Estrelada sobre o Ródano). Linda, como estrelas sempre são, muitas ou solitárias.
E nunca, nunca, um urubu chegará tão alto como elas.


*João Moreira Salles


Uma pergunta: o Campeonato Carioca, será só um "carioquinha" como no ano passado?

Um comentário:

  1. Não sou alvinegra, mas me identifiquei com o sair do estadio amando ainda mais o clube que escolheu pra si. Pq futebol é amor, é paixão, é ter a humildade de reconhecer que seu time jogou bem ou não, e os flamenguistas não sabem o que isso significa. E foi o que eu vi ontem e nenhum deles reconheceu: não vi o flamengo ganhar, pois o mesmo nem entrou em campo. Vi, sim, o Botafogo perder e entregar um jogo que já estava nas mãos.
    Parabéns pelo texto, Aninha. Adorei.

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